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Imagens Plácidas

 
2004 - Centro Cultural Candido Mendes
 

 

Diálogo Eletrônico

 

José Maria Dias da Cruz: Percebi em seus quadros muito mais do que somente pinturas, mas urna lógica do espaço plástico cromático, inteiramente fora da ordem vertical/horizontal. E, assim, abolimos o vício da frontalidade. Somos levados a um pensamento, e a cor é só pensamento, que nos permite aguçar nossos sentidos. Sons, ruídos, música, ritmos, ecos, tempos em vários registros excêntricos, tangíveis e intangíveis, específicos do Rio de Janeiro, só esta cidade moldando suas imagens e espaços. Cores e formas indicando-nos uma nova geometria: um enigma. Geometria esta que os pintores vêm construindo há séculos e par a caminharmos por ela basta seguir o trajeto cromático, desde Leonardo, passando por Ticiano, Poussin, Chardin, Cézanne, Braque, e o carioquíssimo Oiticica, até o cinza sempiterno que nos leva às várias dimensões da realidade. Uma orquestração sem maestro e, para os pintores, os quadros como instrumentos criando por si só uma ordem. Uma mentalidade mais qualitativa vai se encorpando. Além de nossas vidas, o novo se renovando no novo.

Orlando Mollica: Considerando sua leitura do trabalho, me ocorre que da escuta da cidade através das "Imagens Plácidas" emerge uma geografia sensível, descentrada, dinâmica e afetiva, proveniente da dança das cores e das imagens. Uma polirritmia singular do Rio como caixa de ressonância do país. Espécie de crónica urbana através da paisagem natural.

José Maria Dias da Cruz: É, daí eu dizer que o artista não é um ego, é um eco.

 

 

© 2025 Orlando Mollica

 

 

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